OFICINA
ENCANTAR CONTANDO HISTORIAS
A
capacidade de emocionar, de produzir prazer, de ampliar os horizontes
deve ser a nossa meta. Para isso devemos
enfrentar os velhos hábitos com ideias novas e ousadas, sem temer
que elas tragam mudanças.
Dicas para o dia de
contação de história.
- Evite tomar gelado um dia antes e no dia da contação de história, nem coma chocolate ou tome suco de laranja no dia, pois provoca muco;
- Faça exercícios para soltar o pescoço e os ombros;
- Aqueça sua voz fazendo a,e,i,o,u e u,o,i,e,a;
- Verifique se atrás de você existem painéis muito coloridos que possam dispersar ou “roubar” a atenção;
- Mantenha um copo de água na temperatura ambiente sempre perto de você: um dos pré-requisitos para uma boa voz é mantê-la úmida;
- Use roupas com cores discretas: quem tem que marcar presença é a história;
- Não conte histórias muito longas;
- Lembre-se sempre que uma contação de história deve envolver contos com características bem diferentes um do outro;
- Olhe para as crianças. Se identificar aqui e ali um ouvinte mais desatento, conte um tempo para ele, mas com o cuidado de não tornar somente ele o alvo das atenções;
- Perguntas devem ser respondidas no limite exato. Não deixe que as intervenções comprometam sua história;
- Não infantilize seus ouvintes impregnando a contação de diminutivos.
Dúvidas frequentes
- Devemos repetir a mesma história?As crianças pequenas, até os seis anos, precisam e solicitam que recontemos as mesmas histórias algumas vezes. Se assim fazemos, fortalecemos as imagens e mensagens das histórias. Além disso, o vocabulário infantil está sempre aumentando. Cada vez que contamos a mesma história, ela será ouvida, compreendida e vivenciada de forma diferente a cada nova repetição
-
Geralmente, as crianças mantêm o mesmo tempo de concentração que possuem para outras atividades similares. Observe quanto tempo, em média, elas ficam numa mesma atividade sem desviar a atenção e programe sua contação com a mesma duração.
-
As crianças muito pequenas podem se traumatizar ao descobrir que coisas terríveis podem acontecer com os personagens e fazem, muitas vezes, silogismo com a vida real, ou seja, se a mãe da menina da história morreu, ela fica com medo de sua mãe também morrer.
-
Podemos contar brilhantemente histórias sem maquiagem, figurino, ou outro apoio. Mas, dependendo da idade das crianças, tais recursos criam uma magia, ou realismo que dotam o contador com a qualidade visual que o personagem da história necessita. As crianças muito pequenas podem se assustar. Então, o bom senso será a melhor conselheira neste momento.
- Mostrar, ou não mostrar as ilustrações nos livros?Dependerá da sua proposta pedagógica.
-
Podemos lançar mão de dinâmicas, brincadeiras e músicas cumulativas para introduzir a história e colocar elementos que elas tenham interesse. Uma boa maneira é deixar a história cheia de altos e baixos e solicitar, ora, ou outra, a ajuda e participação das crianças.
-
A história ajuda na descoberta de atitudes e ações, dando exemplos de possíveis consequências de cada ato que os personagens fazem.
Os segredos de um bom
contador de histórias
a)Aprendendo
a contar histórias
Tome
contato com a história antes de apresentá-la às crianças. Imagine
o cenário, personagens e o tempo que a história tem. Você
deve averiguar se é engraçada ou séria. Se a história é pouco
conhecida, leia-a várias vezes e então pratique narrando-a em voz
alta. Faça caretas diante do espelho, invente novas entonações de
voz, sussurre quando a
personagem falar baixinho ou estiver pensando em algo importante e
use humoradamente os ruídos e os espantos. Se for uma história de
suspense, use sua voz mais misteriosa. Se for engraçada use um tom
mais leve. Interprete!
Ë
fundamental dar pausa quando se introduz o “Então...”, para que
haja tempo de cada um imaginar as muitas coisas que estão para
acontecer em seguida. Não perca a chance de recriar com todas as
suas possibilidades expressivas.
Compartilhe
a sua história com alguém ou conte para si mesmo, antes de contar
para as crianças. Cuidado com a sua postura e com os vícios de
linguagem (né, aí, então). Não se esqueça de olhar para todos,
fale com o coração, para que seu ouvinte deseje ouvi-lo. Se der
branco continue. Improvise!
Para
a leitura de livros é aconselhável criar um ambiente harmonioso. Se
existem distrações lá fora, procure minimizá-las. Dentro da sala
de aula, permita que as crianças se sintam aconchegadas,
agrupando-as. Escolha um horário propício para estas atividades.
Um
bom momento é aquele em que as crianças estão em paz para pensar
sobre a história que viram ou escutaram. Antes do recreio, ou no fim
do dia são os melhores momentos.
Não
relute em repetir uma história. Quanto mais é transmitida, mais
nuances surgirão entre suas palavras e imagens.
Quando
você estiver confiante, vai sentir-se ávido por contá-la as suas
crianças.
b)Curta
a história
O
bom contador acredita na sua história, se envolve e vibra com ela.
Se o professor não estiver interessado, dificilmente conseguirá
interessar as crianças. Procure utilizar sempre livros criativos e
interessantes e aproveite
objetos inusitados e divertidos, como panos e lenços, para dar mais
possibilidades à história. Apague as luzes ou use uma lanterna
coberta por um pedaço de pano para criar à impressão do calor de
uma fogueira ou da luz de um forno a lenha num casebre na floresta.
Crie o clima para a história.
c)Não
fuja dos velhos contos de fadas
Os
velhos contos de fadas são histórias cheias de fantasias e de
poesia. Lidam com sentimentos fundamentais do ser humano: o medo, a
angústia, o ódio, o amor. Permitem à criança exercitar através
da imaginação, soluções para problemas concretos da vida. Se a
história for longa, você pode divida-la em partes, crie um clima de
"no próximo capítulo".
d)Antes
da história
Dê
a suas crianças uma indicação do que devem esperar da história.
Sugira
que prestem atenção para um incidente em particular, ou que se
preparem para falar sobre as pessoas, lugares e sentimentos que irão
aparecer na história. Ajude-as a viajar na imaginação para lugares
distantes.
e)Comentar
a história
Pergunte
ao grupo o que acharam dos personagens. Peça que façam uma
descrição dos personagens e do lugar onde a historia aconteceu. O
que acharam do final da história? Perguntas com respostas
específicas podem ajudar às crianças a desenvolver sua atenção
ao detalhe e sua capacidade de relembrar. Questões abertas sobre a
história são bons estímulos a discussão e ajudarão as crianças
a aprender a relacionar suas próprias experiências às de outras
pessoas.
Por
exemplo: em Feliz Aniversário Lua, o ursinho Bino quer dar um
presente pra lua. Pergunte às crianças como elas fazem quando
aniversariam seu irmão, irmã ou amigo ou se lembram de alguma
situação parecida.
Você
vai ajudá-las a pensar e a recuperar ideias, procurando valorizar as
mais interessantes, criativas e engraçadas.
f)Criando
histórias
Muitas
crianças sentem-se intimidadas pela ideia de produzir uma história
como a que acabaram de ouvir. Comece com fragmentos de histórias.
Sugira um começo ou um fim para uma história e deixe que as
crianças preencham as lacunas. Incentive
a criança a desenhar e fazer de conta que escreve a história que
ouviu. Depois, peça que "leia" sua história. As crianças
gostam de brincar com a imaginação, brincando de faz de conta... A
ideia é brincar de ler.
Grave
as histórias criadas pelas crianças. Procure sempre estimular em
cada criança a sua forma de expressão mais espontânea e prazerosa.
Por
que não montar uma história? Peça que comecem criando um
personagem com máscaras, roupas e pinturas criando depois uma
história a seu redor. As crianças podem escolher seus papéis
preferidos (não se esqueça dos objetos inanimados!) Faça com que
as crianças cantem e se expressem livremente.
Permita
que cada uma interprete de modo pessoal seu papel na peça. Permita
que invente novas maneiras de se comunicar com o corpo.
g)Uma
história também é um ponto de partida
As
histórias têm finalidade em si. Por isso as atividades de
enriquecimento devem ser leves e espontâneas. Como a pintura,
massinha de modelar, criação de sucatas ou o que a imaginação
sugerir.
Estimule
diferentes técnicas e formas de expressão. No caso das montagens,
que utilizem qualquer material que estiver à mão. Folhas do jardim,
restos de papel colorido ou tecido servirão para criar imagens
eloquentes.
Lembre-se
que para criar imagens e ilustrações criativas não é preciso ter
jeito para o desenho, apenas vontade de se expressar. Coloque os
trabalhos em um mural.
h)Se
for DVD
Mantenha
os DVDs longe do calor, acondicionados em capinhas para não
arranhar. No momento da exibição, é aconselhável dispor o
aparelho transmissor em local com fundo neutro, como uma parede
branca ou escura, para melhor visão da imagem. Elimine sons que
interfiram com a exibição, ou qualquer reflexo ou luz forte que
incida sobre a tela da TV ou aparelho.
Limpe
periodicamente o aparelho de DVD. Elimine qualquer elemento visual
que possa distrair a atenção das crianças. Procure utilizar DVDs
criativos e interessantes.
Contar
histórias é uma arte. Deve dar prazer a quem conta e a quem ouve.
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